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sábado, 24 de setembro de 2011

Sexo, Deus & Katy Perry






Esta semana deparei-me com uma edição da revista Rolling Stone trazendo na capa o mais novo sex symbol americano, a cantora Katy Perry. O que chamou minha atenção foi o título da matéria: Sex, God & Katy Perry. The Hard Road & Hot Times of a Fallen Angel (Sexo, Deus e Katy Perry. A difícil trajetória e os tempos quentes de um anjo caído).

A canção que a projetou no cenário mundial foi “I kissed a girl (and liked it)”, que traduzido é “Beijei uma garota (e gostei)”.

Meus filhos já haviam feito comentários sobre a tal cantora, referindo-se à música em questão. O que nem eu nem eles sabíamos era que Katy Perry é filha de um casal de pastores pentecostais conservadores, que lhe deu uma educação religiosa rígida. Antes de tornar-se famosa, atuou como cantora gospel e era conhecida pelo seu nome verdadeiro, Katy Hudson. Gravou seu primeiro CD em 2001: Faith Won’t Fail (A fé não falhará).

De acordo com uma entrevista cedida por sua mãe Mary Hudson ao jornal inglês Daily Mail, o primeiro sucesso da filha “…promove o homossexualismo. Sua mensagem é vergonhosa e nojenta. Toda vez que escuto minha filha cantando no rádio, baixo a cabeça e oro por ela. Katy é nossa filha e nós a amamos, mas discordamos da maneira como está se comportando”.

Exibindo o nome “Jesus” tatuado no punho, Katy Perry segue sua promissora carreira, enquanto constrange seus pais. Esta semana lançou o vídeo de sua nova música “Teenage Dream” (sonho de adolescente), onde aparece semi-nua na cama de um motel com um namorado.

Apesar de sua postura libidinosa, a cantora tenta demonstrar que ainda se mantem fiel às suas raízes cristãs.

“Falar em línguas é tão normal para mim como ‘Passe o sal’… É um segredo, uma linguagem para a oração direta com Deus… Meu pai costuma falar em línguas, enquanto minha mãe interpreta. Esse é o dom deles…” - Rolling Stone, agosto de 2010.

Esta declaração nos oferece pistas sobre o tipo de espiritualidade vivida em seu lar durante sua infância e adolescência. É comum aqui nos EUA ver crentes pentecostais ou carismáticos falando em línguas durante o cotidiano. Falam enquanto comem, enquanto penteiam o cabelo, e até enquanto usam o banheiro. Acham que isso dá demonstração de fervor espiritual. Assim, trivializam o que deveria ser considerado excepcional. Surge, então, uma curiosidade: Será que ela falou em línguas depois de gravar o clip em que diz ter beijado uma garota e gostado? Que tipo de espiritualidade dualista é esta em que os carismas se sobrepõem ao caráter?

Na mesma entrevista cedida à Rolling Stone, Katy Perry diz:

“Quando pequena, eu não podia dizer que eu tinha sorte, porque minha mãe preferia que disséssemos ‘somos abençoados’. Ela também não achava que lucky (sortuda, em inglês) tinha um som parecido com a palavra Lúcifer… Eu não podia comer o cereal Lucky Charms (amuletos da sorte), mas acho que era por causa do açúcar. Creio que minha mãe mentiu para mim sobre isso.”- Rolling Stone, agosto de 2010.

Fica claro que Katy viveu numa espécie de redoma. Os pais tentaram protegê-la ao extremo. Não podia isso, nem aquilo, nem aquilo outro. Imagine não poder comer um sucrilho só porque se chama “amuletos da sorte”? Veja o que ela diz em outra entrevista:

“Minha criação religiosa foi comicamente rígida, proibiram até mesmo de termos em casa qualquer coisa cujo nome remetesse ao diabo. Em nossa casa, não podíamos nem mesmo chamar ovos apimentados pelo seu nome popular. Ao invés de deviled eggs (ovos do demônio), tínhamos de chamá-los de “ovos angelicais”. Nunca fomos autorizados a falar palavrão. Eu sempre tinha problemas quando dizia “que inferno”… Só podíamos escutar música gospel. Não admira que eu me rebelei.”- Celebrity Blend, 2009

Eis a possível razão porque Katy saiu de um extremo a outro. Talvez se seus pais a houvessem criado com um pouco mais de equilíbrio, de visão crítica das coisas em vez de meras proibições, de diálogo em vez de imposições, ela ainda estaria cantando louvores, ou mesmo que desenvolvesse uma carreira secular, não estaria encarnando valores tão ofensivos à moral cristã. Vale a pena conferir o que ela diz mais sobre isso:

“Fui criada numa casa com muita rigidez religiosa. Tudo o que podia ouvir eram [hinos religiosos conhecidos, como] ‘Oh Happy Day,’ ‘His Eye Is on the Sparrow’ e ‘Amazing Grace’. Então agora até o New Kids on the Block são novidades para mim. Eles tem músicas legais…” — MTV, 2008

“Não podíamos ouvir música secular em casa, pois era considerada coisa do diabo… Se eu queria levar amigas para casa, minha mãe queria saber se elas eram cristãs… Meus pais são assim. Eles são loucos! Eles são malucos mesmo!” — revista Blender, 2004

Excesso de proteção! Não estou acusando seus pais por sua rebelião. Eles bem que tentaram mantê-la nos trilhos. Ela é totalmente responsável por seus atos, mesmo porque não é mais uma adolescente, mas uma mulher de 25 anos. Entretanto, como pais, devemos avaliar a maneira como educamos nossos filhos, para que mais tarde se mantenham fiéis aos valores e princípios que lhes passamos. Nosso dever é prepará-los para o mundo. Afinal de contas, não podemos mantê-los na barra da saia da mamãe para sempre.

Mesmo protagonizando cenas picantes em seus clipes musicais, Katy Perry revela sentir-se chateada pela irreverência que outras estrelas pop demonstram para com a fé cristã e sua falta de temor a Deus.

“Fico chateada quando vejo Russell [Brand, ator e seu noivo], usando o nome do Senhor em vão e Lady Gaga colocar um rosário na boca. Acho que quando você mistura sexo e espiritualidade no mesmo recipiente e sacode bem, algo ruim acontece. Sim, eu disse que beijei uma garota. Mas não disse que beijei uma garota enquanto transava com um crucifixo.” Rolling Stone, agosto de 2010

Penso que este foi o jeito que ela arrumou para se justificar. Apontando os erros alheios, ela parece safar-se de seus próprios erros, ou, no mínimo, atenuá-los. Será que ela pensa em voltar a “louvar ao Senhor” um dia? Será que em algum momento sua consciência lhe tira a tranquilidade, e na calada da noite, ela se entrega ao pranto e ao arrependimento?

Espero que alguém já tenha lhe falado sobre outras estrelas pop que abandoram sua fé e pagaram um preço muito alto por isso. Elvis Presley é o maior exemplo disso. Em sua vida privada, tinha o costume de reunir os amigos para cantar velhos hinos, sendo muitas vezes interrompido pelas lágrimas. Um exemplo mais recente é o da diva Whitney Houston, que depois de escapar da morte por diversas vezes por causa das drogas, lançou recentemente um novo álbum em que louva a Deus em uma de suas faixas, agradecendo por haver sido resgatada.

Britney Spears, a primeira desta leva de estrelas destinadas ao público teen, alcançou o estrelato enquanto gravava vídeos extremamentos sensuais e defendia ao mesmo tempo a manutenção da virgindade até o casamento. Pra quem não sabe, ela também teve criação cristã tradicional. Depois de um tempo posando de santa na vida privada e de insana na vida artística, estrambelhou de vez, chegando às raias da loucura. Temo que outros artistas como os Jonas Brother’s e Miley Cyrus tenham destino semelhantes. Ambos de famílias cristãs conservadoras. Os irmãos Jonas parecem manter ainda certa conduta mais compatível com a criação que recebram. Mas Miley Cyrus dá sinais de que abandonou o estilo ingênuo adotado enquanto protagonizava o seriado “Hannah Motana”, aderindo precocemente à perfomance sexy que pode ser conferida no clip de sua música “Can’t Tamed”.

Muitos dos maiores ícones da músca pop americana são egressos de igrejas cristãs. Elvis mesmo foi descoberto enquanto cantava em um culto ao ar livre. Particularmente, não vejo qualquer problema em um cristão desenvolver uma carreira musical secular. O problema é que os pais cristãos não estão preparando seus filhos para o mundo. Preferem mantê-los no gueto, na redoma. E quando descobrem o mundo, ficam encantados, entregando-se sem reservas.

Repare no Katy Perry diz sobre isso:

“Quando comecei a cantar música gospel, minha perspectiva das coisas era bem limitada e rígida. Tudo em minha vida estava muito ligado à igreja. Não sabia que existia um outro mundo além daquele. Por isso, quando saí de casa e vi tudo isso, pensei ‘Meu deus, caí no buraco do coelho branco e existe todo esse mundo de Alice no país das maravilhas aqui.’ ” — revista The Scotsman, 2009

É claro que o mundo não é essas mil maravilhas. Talvez Katy Perry ainda não tenha se dado conta disso. Um dia ela vai acordar e descobrir que tudo não passava de uma ilusão. Espero que haja tempo para voltar aos braços do Pai. Quem sabe ela use sua carreira musical secular para despertar os jovens para valores que estão muito acima da fama, do dinheiro e do sexo.



Vi no http://www.hermesfernandes.com/2010/08/sexo-deus-katy-perry.html

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Brincos, piercings e outras coisas mais…






É impressionante a constância de cartas e mais cartas perguntando se usar brincos é pecado, se colocar piercing é pecado, se fazer uma tatuagem é pecado. Em primeiro lugar nós precisamos entender o que é pecado. Pecado é uma palavra mal usada e usada constantemente. Em geral tudo o que não gostamos e vemos alguém fazendo vamos logo catalogando de pecado. Assim, pecado é aquilo que eu não gosto.

1. O que é pecado?


Segundo o Novo Dicionário Aurélio e o Dicionário Houaiss da língua portuguesa: 1. Transgressão de preceito religioso. 2. Por extensão de sentido: desobediência a qualquer norma ou preceito; falta, erro; culpa, vício: os pecados da juventude.


No site da Missão Evangélica do Brasil temos a seguinte resposta para esta pergunta:


“É qualquer desobediência à Lei divina.


1 João 3:10 – Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão.


É tudo que for moralmente incorreto.


1 João 5:17 – Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para a morte. 


É a falta de fé.


João 16:8-9 – E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim;


É entregar-se a práticas duvidosas.


Romanos 14:23 – Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.


É não reconhecer-se como pecador.


Romanos 3:23 – Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;


É não cumprir com o dever.


Tiago 4:17 – Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.”

Bem seria tudo simples se se resumisse a estas respostas. Vamos investigar um pouco mais, principalmente da perspectiva da teologia. No site Bíbliabytes lemos: “A visão filosófica do pecado é que é uma má idéia, como caminhar descalço sobre a neve ou comer muitos alimentos engordurados. Se você faz coisas más, as conseqüências serão más’. Neste site, de origem judaica, lemos ainda: “A Torá (Ensino) concorda que o pecado seja um ato prejudicial. Concorda também que é uma ruptura do fluxo de vida do Criador para a criação”.

Já no site do CENTRO APOLOGÉTICO CRISTÃO DE PESQUISAS – CACP, tem um artigo do Pr. Clério Ximenes que valeria a pena transcrever. Leia atenciosamente.

“O que é pecado? De acordo com a definição do dicionarista Aurélio, a palavra pecado vem do latim peccatu e significa “transgressão de preceito religioso. Falta, erro; culpa, vício”. E complementa: “Pecado original – o pecado de Adão e Eva, transmitido a todos os seus descendentes, que nascem em estado de culpa”.


Segundo o Breve Catecismo de Westminster, “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão desta lei”. Outro Catecismo importante, o de Heidelberg, traz como 3a. pergunta: “Como você conhece sua miséria?”. E responde: “Pela lei de Deus”. Em 1 João 3.4 temos: “(…) pecado é transgressão da lei”.


No grego, os termos bíblicos usados para pecado são: hamartia, que significa “ato pecaminoso, pecaminosidade” (At 3.19); paraptoma, “transgressão, pecado, passo em falso (Ef 2.1); anomia, “ilegalidade, transgressão, pecado como estado mental, ato ilegal” (Mt 13.41); e adikia, “injustiça, erro, impiedade, iniqüidade” (Rm 6.13).


No hebraico encontramos as seguintes palavras para pecado: chata, que quer dizer “errar o alvo” (Êx 20.20); aven, “agir com perversidade” (Is 53.6); pesha, “revoltado” (Is 1.2); maal, “agir traiçoeiramente” (Js 7.1); marah, “rebelar, amargurar a Deus” (1Sm 12.13); e marad, “ser desobediente” (Ne 9.26)”.

Muito bom esse artigo pois em poucas palavras nos ajuda a entender o sentido do termo pecado. Eu particularmente gosto muito da definição do Catecismo de Westminster quando afirma que “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão desta lei”. Deus revela nas sagradas escrituras a sua vontade a nós os seus servos. Esta fora de conformidade ou seja, estar fora da forma que Deus estabeleceu para nós é estar em pecado. Finalmente, Jesus ensina que a raiz do pecado está no coração do homem: "Com efeito, é do coração que procedem más inclinações, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São estas coisas que tornam o homem impuro". (Mt 15.19-20).

2. É pecado usar brinco, piercing, tatuagem?

Bem agora fica um pouco mais complicado, porque nós pegamos algo que uns praticam e outros não e perguntamos se é pecado. Estes uns que praticam e uns que não praticam são pessoas de dentro das nossas igrejas, que isto fique bem claro. Ou seja, em uma igreja tem gente que gosta e usa e tem gente que detesta, não usa e chama de pecado.

E é pecado?

Em primeiro lugar devemos dizer que a Bíblia não tem versículos para tudo o que se quer ou se pergunta por ai. Não tem, por exemplo, nenhum verso onde aparece o termo Escola Dominical mas todos nós vamos (ou deveríamos) a ED. Não tem nenhum verso que diz que o pastor deve usar terno e gravata, mas tem igreja que se o pastor não estiver de terno e gravata ele não pode pregar. É pecado pregar sem gravata? Não tem nenhum verso que não pode acender uma vela na igreja, mas normalmente nas igrejas evangélicas não se acende velas nem em ocasiões especiais como o natal. Se acender alguém ficará chateado.


Como podemos ver a Bíblia não é um livro de perguntas e respostas.


Agora o inverso também é verdade. Na Bíblia está cheia de versos que devemos fazer ou praticar e não fazemos e nem praticamos (portanto, pecamos), mas ninguém fica atormentando as pessoas por ai. Numa certa igreja que não pode pregar sem gravata, os crentes ficam nos corredores falando mal uns dos outros. Qual é pecado? Nós preferimos importunar alguém por alguma coisa que faz, que julgamos pecado, do que ir atrás daqueles que não obedecem a Deus.

No caso do piercing.

Alguns gostam de citar o Antigo Testamento para dizer que isto é pecado. Um texto usado é Levíticos 19.28: “Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor”. Outra passagem citada é 1 Coríntios 6.19-20: “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?


Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo”. Logo após esta citação vem a pergunta: Como pode o corpo ser santuário do Espírito Santo se ele tem tatuagem, brincos ou piercings?


Os argumentos contrários ao uso de tais coisas são fracos, precisamos dizer isso. São argumentos entabulados a partir de opinião própria e já pré-conceituado. Ao meu modo de ver, que também é passivo de critica (espero por elas), a argumentação não passa por este caminho.


Em toda a Bíblia nós somos informados que Deus deseja ter conosco um relacionamento de amizade profunda. Deus quer o nosso amor e a gloria devida ao seu nome. Isso independe na nossa maneira de vestir (costumes) e nossa maneira de falar (cultura). O que Deus quer é um culto sincero. O lugar não determina a verdadeira adoração. Tem gente que pensa que isso é na igreja e fora da igreja vive uma vida totalmente desonesta.


Quem quer usar brincos, tatuagem ou piercing deve refletir sobre a motivação que leva a desejar tal coisa. É para ficar em paz com os amigos? É um ato de rebeldia contra os pais, igreja e sociedade? É para se aparecer e mostrar que é o bom? A motivação para mim diz tudo. Uma jovem ou uma mulher de uma igreja de classe alta compra um vestido Armani na Daslu para ir ao culto peca tanto quanto um jovem que fura a orelha e coloca um brinco para se aparecer ou mostrar sua rebeldia. Não tem diferença.


Outra coisa é que não se pode encontrar satisfação plena nisso. Se a fazer uma tatuagem pensa se que com isso será mais feliz, é um erro, um engano. A verdadeira felicidade está na comunhão com Deus. No cristianismo ou nos mandamentos Cristo e nas cartas de Paulo está bem claro que o importa é mesmo a nossa beleza interior.

Concluindo

Assim quero concluir que não existe absolutamente nada que aponte ser pecado ter um brinco. Também não é pecado comprar uma roupa para usar na igreja. Agora as duas coisas podem ser pecado dependendo da motivação. Eu prefiro um jovem de brinco na igreja do que sem brinco fora dela. Eu prefiro uma moça de piercing na igreja do que sem piercing fora dela. Muitos jovens já deixaram “o curral das ovelhas” por causa da intolerância dos mais fortes na fé (ou seriam mais fracos porque não suportam ver alguém diferente na mesma igreja?).


Meu caro jovem quero que você saiba que a sua vida tem muito valor para Deus e que você precisa ser um instrumento de graça nas mãos dele. Os jovens de hoje estão doidões, fazendo loucuras, cometendo atos de violência. Querem se aparecer, mostrar que controlam suas vidas. Eles estão indo para o inferno e você que tem amigos, colegas, não deve deixar de pregar o evangelho a eles. Não deve deixar de testemunhar do amor de Deus.


O problema não é se você usa brincos, mas sim se você vive para Cristo.


Vi no http://www.ejesus.com.br/jovens/brincos-piercings-e-outras-coisas-mais/

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Quando Perseguimos Jesus






Todos conhecem a belíssima história do apóstolo Paulo. Suas cartas, suas “aventuras”, seus debates, sua inteligência e cultura, seu temperamento forte (João Marcos que o diga), suas viagens missionárias e tantas outras coisas que revelam a importância e a influência que ele tem sido na vida da igreja cristã de todos os tempos.

Paulo sempre foi um religioso ao extremo, um homem dedicado e fiel às suas crenças, mas nem sempre foi este pilar onde boa parte de nossa teologia é sustentada. Nem sempre contribuiu com a expansão do evangelho. Por muito tempo, pelo contrário, disputou espaços e tentou aniquilar todos aqueles que confessavam Jesus como Senhor. Mas ele sempre foi um religioso notório, fiel e dedicado.

O caminho para Damasco foi eternizado na história como o lugar onde Paulo caiu do cavalo! - Não sei de onde tiram esse cavalo na história, pois em Atos 9 diz apenas que Paulo caiu, e não diz se ele estava à cavalo ou não – Uma declaração forte naquele lugar abalou todas as estruturas de vida de Paulo e mudou a sua história para sempre: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” (Atos 9:4). Um homem de descendência judaica, crescido aos pés de um dos mentores mais reconhecidos por sua sabedoria e fidelidade à Lei (Gamaliel), fariseu dos mais dignos, ou seja, em linguagem atualizada, “um super crente” é chamado, pela luz, de um perseguidor de Jesus Cristo! Isto é até compreensível, por um lado, pois como judeu e fariseu ele não acreditava em Jesus e, exatamente por isso, perseguia a igreja (Atos 9:2).

Em sua concepção religiosa, Paulo estava cumprindo a lei e fazendo a vontade de Deus. No entanto, o que ele fazia era continuamente perseguir a Jesus Cristo, o Filho de Deus, pois o conceito religioso em que vivia não lhe permitia ver o mover de Deus e os planos de Deus através daqueles homens e mulheres, chamados cristãos, a quem ele perseguia.

Se Paulo era um religioso tão dedicado e tão bem instruído na Lei por Gamaliel e, ainda assim, perseguia a Jesus, será que nós, milhares de anos depois, também não estamos correndo o mesmo risco?! Pessoas religiosas, comprometidas com suas igrejas, ministérios, estruturas e tradições são um grande potencial para anunciar ao Jesus Cristo, filho de Deus, Salvador, ou para perseguir a este mesmo Jesus.

Perseguimos a Jesus mesmo dentro de um contexto religioso quando nossas atitudes frente à religião são diferentes e até opostas ao nosso comportamento em outros ambientes (o que chamamos mais frequentemente de “vida dupla” ou “mau testemunho”). É o indivíduo “duas-caras”, falso, aproveitador que encontra na religião possibilidade de reconhecimento e detenção de poder e, por isso mesmo, encarna um personagem que não condiz com a sua realidade de vida fora das quatro paredes do meio religioso (sendo, por exemplo, um pai irado, um filho mentiroso, um patrão desonesto, um amigo mulherengo, um sonegador fiscal, um namorado que trai). Mas faz isso tão bem que ninguém percebe, e este pensa até mesmo que pode esconder esta mentira do nosso Senhor.

Perseguimos a Jesus, também, quando usamos a religião para ligar Deus às pessoas e não as pessoas a Deus. A própria palavra religião tem o significado de “religar”, e o que quero dizer com a afirmação anterior é que as pessoas ligadas a Deus andam no traçado de Deus. Deus ligado às pessoas anda nos passos delas. É como um cachorrinho preso a uma coleira, e muitas vezes nesta ligação, queremos estar com a mão na coleira. Ou seja, aprisionamos Deus dizendo o que Ele pode ou não fazer, o que é certo ou não Ele realizar, usando da mesma indignação dos fariseus contra Jesus quando diziam: ele pensa que é Deus para dizer isso ou fazer aquilo?! Nossa mentalidade manipuladora congela nossos corações, mentes e fé para dizer às pessoas o que elas têm que fazer, utilizando técnicas de adestramento e robotização, impedindo-as de caminhar com liberdade na presença de Deus, pois eternizamos os métodos, as estruturas e a nossa maneira de fazer as coisas em detrimento do respeito ao indivíduo e à ação do Espírito Santo.

Além disso, quando sacramentamos a forma e nos esquecemos da centralidade no conteúdo, por exemplo, nos momentos de cânticos quando alguns transformam esta parte integrante do culto e vida cristã tão racional que não permitem aos fiéis expressarem suas emoções sejam de alegria, contrição, entusiasmo, devoção, legitimamente incentivadas pelo Espírito Santo de Deus, para não banalizar ou gerar bagunça na liturgia. Ou ainda, quando deixam de lado assuntos relevantes para os nossos dias, como homofobia, globalização, ecologia, sexualidade na família, política, ciência, à luz da Palavra por serem temas difíceis e muito “chocantes”, preferindo patinar sempre nas mesmices que não respondem mais aos anseios e necessidades das pessoas para gerar uma fé madura, consciente e prática.

Perseguimos a Jesus quando limitamos a criatividade de Deus para que a humanidade, em todas as suas “versões”, possa conhecer o seu amor e confessá-lo como Senhor e Salvador. Vivemos neste especo de tempo, para nele mesmo respondermos de forma coerente com a Palavra de Deus às pessoas que vivem no “agora”! O mundo de 20 anos atrás já não existe mais, então não adianta forçarmos as pessoas a expressarem sua fé como há décadas passadas. Forçar isso é dizer que Deus falhou em nos colocar aqui, hoje! Deus quer falar e alcançar o coração dos hippies, emos, góticos, internautas, hip-hop e tantas outras tribos urbanas existentes, transformando aquilo que precisa ser transformado (coração, comportamentos de morte, vícios, relacionamentos) e permitindo que outras coisas sejam preservadas (roupas, acessórios, etc...), já que não são pré-requisitos para a salvação em Jesus.

Da mesma forma realizamos esta perseguição quando cerceamos a liberdade do ser humano em ser-para-Deus, forçando-o a ser-para-o-homem através da religião, o que impossibilita, muitas vezes, falar numa linguagem que comunique as verdades do evangelho de maneira compreensível à geração emergente, como o tema “jovem cristão e sexualidade” por causa da não aceitação de uma linguagem contextualizada e inteligível no “templo”. O aprendizado disso para o jovem é que no “templo” não se pode falar de assuntos relevantes para ele, que suscitam dúvidas, dificuldades de lidar e necessidade de ajuda, enquanto que fora dali, no mundo, as distorções do inferno acabam se tornando bem claras e aceitas, porque se toca no assunto. Resultado de tudo isso no coração do jovem: eu não sirvo para a igreja, mas sirvo para o mundo.

Graças a Deus a história de Paulo não acaba nesse encontro. Pelo contrário, uma nova história começou e todos nós conhecemos os relatos sobre sua cegueira, os dias na casa de Ananias, a cura, o discipulado e, agora, aquele que perseguia a Jesus torna-se um grande o pregador do evangelho.

Isso nos aponta uma esperança e uma necessidade. Esperança, pois o próprio Cristo interveio para revelar as mentiras sob as quais Paulo julgava viver pela verdade e pode fazer isso também a todos os que se julgam pregadores mas são na verdade perseguidores. A necessidade de, quem sabe, sofrermos uma queda como a de Paulo, enfrentarmos a cegueira como ele enfrentou, mas passar pela cura de ao abrirmos os olhos enxergarmos uma nova realidade de Deus para nós e nos levantarmos não mais como perseguidores de Cristo, e sim como pregadores genuínos da Palavra.


Por Pr. Rodolfo Franco Gois


Vi no http://www.teenstreetbrasil.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=397:quando-perseguimos-jesus&catid=40&Itemid=100036

Sobre as Árvores

Havia uma família que morava no sítio. Um sítio bem característico de subsistência familiar. Pai mãe e filhos conviviam muito bem e se dividiam nos afazeres da sua terra. Ali havia animais diversos: galinhas, patos, porcos, duas vaquinhas, uma égua, um jumento. Plantavam para comer e para vender. Os filhos estudavam na escola rural e, ao voltar, ajudavam pai e mãe com muita alegria, como uma grande brincadeira.


O pai, em especial, entendia muito de plantação e, principalmente de árvores. Ele havia crescido naquela terra e, com seu pai, aprendeu muita coisa e adquiriu grande experiência em lidar com as árvores, já que aquele sítio não era próximo da cidade, mas próximo da mata.


Assim, no convívio diário com os filhos ele também lhes ensinava sobre cada árvore, suas características, os troncos, as folhagens, os frutos e as raízes.


Uma das coisas que o pai, ao estar com seus filhos, mais enfatizava era sobre a importância das raízes. Para ele, não era tão importante a árvore ser alta, mas ter boa raiz. Ele sempre falava: raiz boa, árvore boa! Ele contava que as raízes, além de alimentar as árvores com os nutrientes do solo, sustentavam-os. Raízes fortes, extensas, profundas, protegiam as árvores dos ventos fortes e tempestades.


Outro aprendizado sobre as árvores era que elas estão sempre no solo. Isso podia até parecer óbvio, e fundamental. Os nutrientes, os sais, a riqueza mineral do solo fazia com que as árvores adequadas e ele crescessem fortes, coloridas, firmes.


O tempo passou e os filhos foram crescendo. Quando chegou o momento do ensino médio, saíram para a cidade estudar e se preparar para o futuro. Estudaram Engenharia Florestal com ênfase em Sustentabilidade Ambiental. A teoria apreendida com a prática que já tinham em casa lhes renderam ótimas notas e grandes oportunidades para trabalhar em grandes empresas e até mesmo fora do país.


No entanto, voltaram pra casa. Chegando lá, o pai estava doente e havia muitas contas a pagar, devido ao investimento que o pai havia feito na formação acadêmica dos seus filhos.


Associando suas técnicas com sua experiência começaram a desenvolver no sítio a sua formação. Anos depois aquele sítio e aquela família tornaram-se referência no manejo, sustentabilidade e aproveitamento de solo e reflorestamento.


Um repórter, bem preparado e conhecedor de sua história perguntou àqueles 3 filhos porque, depois de uma boa formação e com ótimas oportunidades de emprego, resolveram voltar para uma terra cansada e endividada?


Eles, então, olharam um para o outro e responderam ao repórter:


Quando crianças, com nosso pai, aprendemos 3 lições que fizeram toda diferença, e uma 4ª lição aprendemos na faculdade:


As RAÍZES sustentam e alimentam as árvores. Raízes fortes mantém a árvore viva e em pé mesmo diante das tempestades. Nós temos raízes. Nossa família é a nossa raiz, a nossa história, o que nos mantém fortes


O SOLO correto é fundamental para que os nutrientes certos tornem a árvore saudável. Existem VALORES e PRINCÍPIOS que são mais importantes que qualquer tipo de ganho financeiro. Uma vida de aparência não dura muito, mas a verdade sempre prevalece.


Uma ÁRVORE sozinha não constitui uma FLORESTA. Sabíamos que a unidade e os relacionamentos corretos nos tornariam fortes para superar as dificuldades e vencer qualquer obstáculo


Para você, fica a mesma lição. Pense bastante que tipo de raízes você tem desenvolvido. Vivemos em um mundo de superficialidade, quando a proposta de Deus pra gente é profundidade. O solo nos dá os valores que precisamos para ser fortes e saudáveis. São os valores que aprendemos na Palavra, os princípios que nos tornam verdadeiros e não aparentes. Vivemos em um mundo de aparência, quando Cristo nos chama para viver na verdade. Uma só árvore não constitui uma floresta e, por isso mesmo, fica muito mais vulnerável. Vivemos em um mundo que nos ensina a viver sozinhos, no individualismo, mas Jesus nos chama para vivermos em unidade. Os nossos relacionamentos vão influenciar na nossa identidade, por isso pense com que tipo de árvore, em que tipo de solo, e como estão plantadas as tuas raízes


A quarta lição (a que os filhos aprenderam na universidade) foi a de que as árvores sempre crescem em direção à LUZ – E luz é o que todos buscam, desejam e sonham para viver. Mas todos sabemos que só existe uma luz que pode satisfazer a necessidade do homem de se encontrar e ser feliz. Essa luz é Jesus Cristo. Viva com essa Luz e ilumine aqueles que ainda andam na escuridão.


Por Administrador


Vi no http://www.teenstreetbrasil.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=608:sobre-as-arvores&catid=40&Itemid=100036

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Encontro de Sábado" da JUBE Serviluz!

Salve galera!!

É de uma felicidade do tamanho do mundo que iniciamos no dia 14/05 o nosso primeiro "encontro de sábado", isso mesmo que vc leu! O nosso primeiro "encontro de sábado" em um local completamante diferente do habitua.

Quer saber aonde foi?

Tudo bem, vou dizer!

Numa pizzaria!!!!

A M&V Pizzaria nos cedeu o espaço com muito carinho. Pra falar a verdade, chegamos e sentamos sem pedir licença!! Rsrsrsr!!!!

Tivemos momentos maravilhosos onde falamos de propósitos, visão e valores da JUBE Serviluz.

Deixamos claro que nosso ministério existe para EVANGELIZAR jovens não-cristãos, UNI-LOS a outros cristãos, ajudá-los a DESENVOLVER em sua fé e encorajá-los a continuamente DESCOBRIR seu ministério e ADORAR a Deus com suas vidas.


A nossa VISÃO é de ser um referencial de juventude cristã na comunidade.

E não podemos esquecer os nossos VALORES!

E como ponto de partida para nossos valores, citamos ter um relacionamento íntimo com Deus, estando tete-a-tete com nosso Pai querido.

Outro valor que não podemos deixar escapar é de um ensino Bíblico que transforme vidas, que restaure caráter.

O respeito ao ser humano, coroa da criação de Deus é outro importantíssimo valor.

Os relacionamentos sinceros deve ser o nosso alvo para uma juventude equilibrada.

A excelência em tudo o que fizermos precisa fazer parte de nossos corações.

A descoberta e a oportunidade de praticar os dons que cada jovem tem é um dever que nossa igreja precisa conhecer.

A nossa liderança não deve ser acuada, autoritária, mas participativa.

A nossa juventude não é um grupo fora da igreja, ela é a igreja, se envolve com a igreja, se interage com a igreja.

A nossa juventude é uma juventude que dá exemplo de boa conduta, pois acreditamos que ser jovens é também ser responsáveis.

Agradeço aos jovens que participaram desse encontro!


Iago

Daniele

Rayssa e Eliesio

Felício e Jaqueline

Heraldo

Grazy

Greiceany

Alexsandra

Nardier


Em breve diremos o dia do nosso próximo "encontro de sábado" e aguardamos você para compartilharmos sonhos!!!

Fiquem na Paz!!!

Nardier





segunda-feira, 9 de maio de 2011

Jovens com uma paixão

Ao completar 50 anos, Jocum continua fiel ao ideal de fazer Cristo conhecido em todas as nações.

Voluntárias da Jocum, em trajes locais, distribuem suprimentos a refugiados paquistaneses: socorro cristão.





Por John W. Kennedy





Julho de 2010. Enquanto as chuvas de monções inundam o Paquistão, o mundo se mobiliza para socorrer os mais de 20 milhões de vítimas entre mortos, feridos e desabrigados. As enchentes do último verão foram apenas mais uma tragédia num país já vitimado pela miséria e pela instabilidade política e econômica. Um quinto de todo o território paquistanês ficou debaixo d’água, trazendo à imensa população do país riscos imediatos como a fome e a disseminação de doenças. Em meio a diversas entidades internacionais de apoio humanitário, organizações não-governamentais, grupos civis e instituições religiosas que foram para lá, centenas de estudantes evangélicos mobilizam-se para prestar socorro. Eles são alunos da Escola de Treinamento e Discipulado (Eted) de Karachi, a capital do país. Aspirantes a missionários, aprenderam desde cedo que, para fazer Cristo conhecido pelos povos, é preciso legitimar a pregação com ações concretas em favor do próximo – exatamente como o próprio Filho de Deus ensinou enquanto andou por este mundo.



Corta para o passado. Num belo dia no ano de 1960, um certo Loren Cunningham também ficou interessado em dar algum sentido à sua vida espiritual além dos cultos de domingo. Contando com dois amigos crentes e um mimeógrafo usado, montou na garagem de sua casa, em Los Angeles (EUA), um escritório missionário. A ideia inicial era incentivar outros jovens evangélicos a usar um pouco de seu tempo para anunciar a Palavra de Deus e fazer algo útil a alguém. Os voluntários deveriam estar conscientes de sua responsabilidade espiritual perante os perdidos e ser capazes de prover o próprio sustento, fosse com recursos pessoais ou através de doadores. A coisa cresceu, mais e mais pessoas foram se envolvendo e o projeto de Cunningham se transformou numa das mais bem sucedidas iniciativas missionárias de todos os tempos. Uma verdadeira multinacional da fé.



Os dois episódios estão separados por 50 anos, mas fazem parte do mesmo contexto. Jovens com uma Missão (Jocum), a entidade fundada por Cunningham, é a mesma que prestou socorro ao povo do Paquistão e hoje atua em mais 170 países, sob o lema “conhecer a Cristo e fazê-lo conhecido” – inclusive no Brasil, onde o ministério foi instalado em 1975 pelo casal de missionários Jim e Pamela Stier. Os jocumeiros, como os membros da missão são chamados, dão conta de um leque enorme de ministérios: cuidam de refugiados chechenos que vivem na Polônia; reconstroem vilas birmanesas depois da passagem do devastador ciclone Nargys; compartilham o Evangelho em grandes eventos como a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos; abrigam filhos de prostitutas na Índia; ensinam populações africanas a melhorar a produção rural com técnicas simples; montam ambulatórios médicos em regiões conflagradas, das zonas de guerra no Oriente Médio aos morros do Rio de Janeiro; distribuem bíblias em regiões tão diversas como a periferia do Cairo, no Egito, e a Patagônia, extremo sul do continente americano. A isso, soma-se um sem-número de atividades, os chamados impactos evangelísticos, e variadas ações missionárias no contexto urbano, através de apresentações artísticas e muita criatividade.



 O resultado disso tudo vai além da pescaria de almas para Cristo, promovendo também mudanças sociais significativas. “Nós estamos trazendo a mensagem de que Deus os ama e de que queremos ajudá-los”, resume Liz Cochrane, missionária de ascendência suíça que acionou seus contatos com empresários americanos a fim de levantar fundos para a compra de 100 mil filtros para contornar a falta da água potável para os refugiados paquistaneses. Aos 48 anos de idade, ela tem o perfil do jocumeiro típico, que não se detém diante de riscos e desconfortos para fazer a obra. Em 1985, ela chegou a ser presa no Nepal por pregar o Evangelho, então proibido no pequeno país asiático. Para ela, assim como para os cerca de 4 milhões de pessoas que já atuaram na Jocum neste meio século, o maior perigo é ficar longe do centro da vontade de Deus.



Responsabilidade e inovação – Evangelismo, preparação e misericórdia são os três pilares da atuação da Jocum nos cinco continentes.Com força de trabalho da ordem de 17 mil missionários ativos – mais de 50%, não-ocidentais –, um dos maiores desafios da Jocum é prover treinamento e discipulado a toda essa gente. Cada aspirante, independente da nacionalidade, denominação ou idade, deve frequentar um curso obrigatório de seis meses nas Escolas de Treinamento e Discipulado, oferecido nas mais de 1,2 mil bases da missão em todo o mundo (ver abaixo). Depois disso, os estudos podem ser estendidos em bacharelado e mestrado na Universidade das Nações, uma escola nada convencional. A instituição usa o sistema modular, oferecendo foco intensivo em um tópico, seguido pela prática experimental no campo.



Ciente de que os novos rumos da obra missionária demandam mão de obra especializada, inclusive para furar o bloqueio legal à entrada de cristãos em pelo menos um terço dos lugares onde atua, a Jocum forma “fazedores de tendas”. É gente que, à semelhança do apóstolo Paulo, desenvolve uma atividade profissional paralela ao trabalho evangelístico. Cursos dos mais variados, nas áreas de saúde, tecnologia, aconselhamento, magistério e linguística, entre dezenas de outros, são ministrados paralelamente ao ensino bíblico e teológico. Tudo para que o obreiro possa aproveitar todas as oportunidades de falar do amor de Cristo a toda criatura. Viagens missionárias de curta duração durante o verão, blitzen evangelísticas em grandes eventos e assistência médica através de navios-hospitais só algumas das ações criadas pela Jocum. “Quanto mais inovador o ministério, melhor”, diz David Joel Hamilton, vice-presidente de Estratégias da missão.



Descentralização é mesmo a palavra de ordem, e embora exista um conselho chamado Equipe de Liderança Global (GLT, na sigla em inglês) formado por 45 líderes regionais e internacionais, cada base nacional da Jocum tem autonomia administrativa e financeira, planejando suas viagens ao campo, bem como programas de treinamento, recrutamento de obreiros, captação de recursos e determinação de prioridades ministeriais. Enxugar a maquina, reduzindo os cargos administrativos ao mínimo indispensável, foi a maneira encontrada para que a quase totalidade dos recursos disponíveis seja usada nos projetos e impactos. Ninguém é assalariado; cada missionário levanta a sua rede pessoal de mantenedores e assume a responsabilidade pelo próprio sustento.



Atualmente, o presidente internacional da missão é o neozelandês John Dawson. Aos 75 anos de idade, Cunningham permanece ativo, embora não exerça mais a liderança formal da obra. Extremamente respeitado pelo seu legado, ele comemorou os 50 anos de ministério com um tour global, ao lado de Darlene, sua mulher e companheira de missões. Eles participaram de mais de quarenta celebrações regionais, incluindo o Nepal e a Mongólia, onde o trabalho cristão enfrenta sérias barreiras legais e culturais. A festa do cinquentenário culminou no quartel-general da Jocum, em Kailua-Kona, no estado americano do Havaí, no fim de novembro. “Não conheço mais ninguém que, como ele, tenha perseguido o escopo da grande comissão indo a cada país do mundo”, elogia Steve Douglass, presidente de campo da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo Internacional, instituição parceira de Jovens com uma Missão.



Cunningham continua levando avante seu sonho de ver milhões de jovens evangelistas vindos dos quatro cantos do globo e invadindo pela fé as nações. Na Universidade das Nações do Havaí, ele é um professor acessível a todos os alunos que desejam abraçá-lo e bater um papo. “Ele é um excelente contador de histórias e sempre deixa a mente dos jovens fascinada, capturando sua atenção”, diz Don Stephens, que serviu como líder sênior na Jocum por três décadas. Quem não conhece sua trajetória não acreditaria nos perigos que Cunningham já enfrentou para levar o Evangelho, desde um avião sem combustível caindo numa floresta do Togo a doenças endêmicas em regiões afetadas por surtos de hepatite e malária – sem falar num acidente de carro, logo no início do ministério, do qual Darlene saiu praticamente morta e recobrou o fôlego após uma oração desesperada do marido. Desde então, o fundador nunca mais perdeu a sua profunda confiança em Deus, a qual, garante, é o que lhe sustenta.



“Compartilhamos sonhos” – “Estou há 20 anos na Jocum e minha motivação para participar desse ministério foi a forma como a organização encara os desafios missionários”, diz Vida, uma jocumeira brasileira. O nome é fictício, já que, na nação onde ela atualmente trabalha, os evangelistas correm risco real de vida se suas atividades forem descobertas. A obreira conta histórias que mais parecem enredo de filme de ação, mas o que realmente a empolga é seguir o chamado. “A paixão de todo jocumeiro é realmente conhecer mais a Deus e fazê-lo conhecido”, recita. Para Vida, a paixão pelas almas e o desafio de sempre caminhar por fé é o que leva as pessoas a se integrarem a Jovens com uma Missão. “Temos acesso a excelentes cursos ligados à Universidade das Nações, que treinam e qualificam o missionário para o ministério”, descreve.



As diferentes escolas e cursos de treinamentos normalmente funcionam nas bases da Jocum e, paralelamente ao aprendizado, diversos projetos são desenvolvidos. Os de maior visibilidade são os impactos evangelísticos em datas específicas como réveillon e carnaval, além de celebrações religiosas como o Círio de Nazaré, em Belém (PA) e as romarias em honra à santa católica Senhora de Aparecida, no interior de São Paulo. É possível envolver-se apenas por determinado período, como as férias escolares. Tudo isso faz com que a passagem pela missão marque para sempre a vida espiritual dos jocumeiros. “Aprendemos a viver em comunidade; trabalhamos e estudamos juntos, compartilhando sonhos”, comenta Vida.



O paraibano Pedro Bezerra de Souza, carinhosamente chamado de Tio Pedro, é outro evangelista entusiasmado. Desde 1991, ele é o diretor de eventos de impacto na base de Contagem (MG). “O amor pelos perdidos e o desejo de levar outros a ter a mesma experiência de salvação é que me trouxe para cá”, conta. Na sua região, ele coordena atividades sociais e evangelísticas que incluem a evangelização de adeptos do candomblé na festa anual de Iemanjá, na Lagoa da Pampulha, e de turistas no Festival de Inverno de Ouro Preto. “Também organizamos almoços e palestras para as profissionais do sexo que fazem ponto na zona boêmia de Belo Horizonte”, conta. Incansável, Pedro tem se empenhado ultimamente em ajudar a levantar fundos para socorrer igrejas afetadas pelo terremoto no Haiti.



O presidente nacional, Wellington Oliveira, resume o espírito que norteia o trabalho: “Somos um organismo, e não uma organização. Uma família de ministérios cujo maior patrimônio são as pessoas”. Na Jocum há 28 anos, ele diz que a missão é um grupo que está atento às mudanças e tem adequado suas estratégias de acordo com as demandas. Foi assim, por exemplo, que obreiros ligados à entidade encabeçaram um movimento contra o infanticídio praticado por alguns povos indígenas, bem como na mobilização nacional contra a pedofilia. “Também apoiamos trabalhos desenvolvidos por igrejas locais”, diz o dirigente. Wellington admite que a ênfase dada a missões perdeu sua intensidade nos últimos anos, mas acredita que a vocação ministerial da juventude cristã não arrefeceu totalmente: “O crescimento do número de jovens que nos procuram é a prova disso”. É preciso, segundo ele, estar atento às mudanças de foco. “Como somos um mundo predominantemente urbano, é natural que, principalmente no Brasil, tenhamos as estratégias da juventude majoritariamente com esta ênfase.”



Multinacional da fé


171 países têm alguma atividade da Jocum em andamento

17 mil é o número aproximado de obreiros ativos hoje

4 milhões de pessoas já atuaram na missão

50 mil alunos passam todos os anos pela Universidade das Nações

1,2 mil centros de atividades missionárias estão em funcionamento no mundo

13% é a taxa anual de crescimento médio da quantidade de missionários

1,3 mildos obreiros em atividade na Jocum são brasileiros

53 são os escritórios e centros de treinamento missionário no Brasil

100 países contam com o trabalho jocumeiros brasileiros



Vi no http://cristianismohoje.com.br/interna.php?subcanal=34&id_conteudo=704

domingo, 8 de maio de 2011

Para não virar a cabeça

Ao que parece, o alerta de nossos avós sobre os perigos de ingressar na faculdade não eram tão ingênuos assim. “Cuidado, meu filho, pra não virar a cabeça” -- diziam eles. Recentemente, o Barna Group, organização americana especializada em pesquisas, constatou que apenas 20% dos estudantes que foram discipulados durante a adolescência permaneceram espiritualmente ativos quando chegaram aos 29 anos. Certo missionário, ao relatar sua experiência com a igreja na Inglaterra, descreveu a congregação como um “campo de algodão”, referindo-se à quantidade de cabeças brancas presentes -- lá, a igreja já é majoritariamente frequentada pela terceira idade.
Embora a estatística seja americana e a tão falada “era pós-cristã” pareça estar longe de um Brasil avivado e missionário, podemos encarar os dados como um alerta. Afinal, não seria a primeira vez que uma tendência surgida além-mar respingaria por aqui. Só que em vez de deixar que a possibilidade de sermos influenciados sirva de combustível para um patriotismo desmedido, podemos encarar o fato como algo positivo: é possível observar as tendências e tomar precauções.


Em um artigo para a revista “Mission Frontiers”, Chuck Edwards e John Stonestreet, do Summit Ministeries, organização que lida especialmente com jovens universitários e suas crises, apontam algumas razões para o afastamento dos jovens: “o aumento de professores liberais” (que passam sua aversão ao cristianismo para os alunos, que se tornam “presas da retórica anticristã”), “a ausência de fundamentação adequada” (muitos estudantes se dizem cristãos, mas são incapazes de explicar por que acreditam no que acreditam) e “uma visão errada do cristianismo” (enquanto uns se opõem a ele, outros simplesmente não o entendem).


Mas como ajudá-los? Stonestreet faz um alerta: em vez de tentar fazer com que o cristianismo pareça atraente e divertido para os jovens, devemos nos preocupar em garantir que isso que estamos transmitindo seja de fato cristianismo.



Devemos desafiá-los em vez de mimá-los -- os estudantes não precisam de mais entretenimento. O ipod, a internet e os amigos já são suficientes. “Nunca os prepararemos efetivamente para encarar essa cultura movida a entretenimento se simplesmente a substituirmos por entretenimento cristão.” Os estudantes precisam ser desafiados com perguntas difíceis e dilemas culturais.



Devemos oferecer a eles uma educação completa sobre apologética e visão de mundo. “Os estudantes cristãos frequentemente têm a impressão de que somos salvos ‘de’, e não ‘para’.” Muitos conhecem a Bíblia, mas não pensam biblicamente. Eles precisam saber no que creem e também no que os outros creem.



Devemos mostrar não somente a que nos opomos, mas também o que defendemos. Muitos estudantes são vítimas de escolhas imorais porque lhes falta uma visão maior de suas vidas. Muitos sabem mais sobre o que é proibido do que sobre o propósito para o qual Deus os chama.


Finalmente, devemos confrontá-los com as grandes batalhas culturais dos nossos dias, e não isolá-los. O cristianismo não é uma religião ascética ou uma filosofia dualística. Seus seguidores são chamados a mergulhar no significado histórico e cultural da humanidade. A oração de Jesus é reveladora: “Não tire-os do mundo, mas proteja-os do mal” (Jo 17.15).


Apesar das estatísticas, John Stonestreet tem boas expectativas: “Eles [os jovens de hoje] serão melhores do que a minha geração. Eles vão amar mais a Deus, servir melhor, se preocupar de forma mais profunda e pensar de forma mais clara. Eles querem ler bons livros e querem viver por algo maior do que eles mesmos”. Esperamos que ele esteja certo e as tendências, erradas.


Vi no http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/326/para-nao-virar-a-cabeca